18 fevereiro, 2024

Certeza absoluta

Já se passaram muitos anos desde a última postagem nesse blog. Eu não sou mais o mesmo, e nem deveria ser. O tempo deve nos mudar. Os acontecimentos do dia a dia, as situações que surgem e aquelas as quais criamos com o intuito de superar medos/limites, tudo isso vai nos moldando.

A pandemia foi um soco na boca do estômago, daqueles inesperados. O mundo virtual cresceu e o real diminuiu. Home office, tele entrega, álcool gel, WhatsApp, assinatura digital,... Muitas coisas que já existiam como suporte e tornaram-se a regra. Sinto falta de sentar no banco da frente quando pego um Uber, pô!

Mas claro que muitas coisas boas aconteceram comigo nesses últimos anos. TCC aprovado, diploma em mãos, morando com minha namorada, minha namorada que passou a ser minha noiva, viagens para além das divisas tupiniquins.

No fim das contas foram diversas coisas acontecendo, quase que simultaneamente, em uma velocidade alucinante. Não é confortável mudar, mas necessário e desafiador.

Hoje tenho a certeza absoluta de que nada é absoluto, nem mesmo essa minha certeza. 

23 março, 2018

Adeus Miranda


Não se foi apenas um músico e produtor musical brasileiro. Se foi um cara que prezava pela originalidade, criatividade e - principalmente - a qualidade dos artistas. Um dos melhores em descobrir talentos e torná-los ainda maiores. Desde seu começo como músico no efervescente rock gaúcho dos anos 80 notava-se a veia pela música visceral, verdadeira expressão do artista que a criava. Fez parte de bandas até hoje cultuadas no cenário porto alegrense: Taranatiriça, Urubu Rei e Atahualpa Y Us Panquis.

Já no papel de produtor lançou bandas como os Raimundos, Skank, Mundo Livre S/A, Gaby Amarantos, entre vários outros. Também foi um dos criadores do Trama Virtual, projeto pioneiro que serviu durante muito tempo como principal meio de divulgação de novos músicos.

Carlos Eduardo Mirando foi o que ele queria ser e isso deve sempre ser aplaudido. Viveu a vida do jeito dele, seguindo suas intuições. Apostava naquilo que batia legitimamente nas suas emoções. Teve sensibilidade. Teve força.

Véi, na boa, teus 56 anos aqui na Terra foram massa. Valeu Miranda!

20 março, 2017

O preço da inovação


Avançamos em todos os ramos da tecnologia em uma velocidade impressionante, porém me surge uma reflexão: por que a inovação custa tão caro? A verdade é que essas criações sensacionais levam muitos e muitos anos para chegarem à grande massa. Demoram tanto que quando o público está finalmente conseguindo obter tais tecnologias, na outra ponta, estão sendo criadas mil formas mais avançadas.

Os valores são jogados no alto e apenas um pequeno grupo de pessoas conseguem ter acesso. Vantagem meramente (e aparentemente) controladora. Isso restringe conhecimento. Interrompe o progresso justo.

Então de certo modo alguns hackers surgem como Robin Hoods contemporâneos. Roubam códigos ultra secretos e compartilham. Barateiam custos, acabam com monopólios.

É época de inovações. A antiga febre do ouro agora é a febre da ideia de ouro. Todos querem entrar no time dos privilegiados. Esse clube vip que só fala em tendências.

E eu que nada entendo de tendência? Tendo a me entediar no grupo das obsolescências.

25 janeiro, 2017

A vítima e o Buda


Sou vítima do vitimismo. Na verdade já fui mais, consegui aos poucos superar isso. É mais fácil e quase instintivo colocar a culpa em qualquer bagaça externa. Como se fossemos uma personagem sofrida de novela das nove.

Me enfiava num drama pastelão, regado à crises de pânico. Fórmula perfeita pr'aquela depressão gostosa. O reflexo disso obviamente era o fato da vida não andar pra frente. Fiquei estagnado. Envolto na própria sofrência. Sem um pingo de autoconhecimento.

O ápice de la mierda, o fundo do poço, o último suspiro chegou e só escapei de tomar um caminho pantanoso por causa do amor. Primeiro vindo da família, depois dos amigos e agora da minha namorada. A santíssima trindade que me ergueu. Que me tirou da escuridão do vitimismo. Deu-me a chance de ver tudo por outra ótica. E eu vi.

Não caiam na tentação de jogar a culpa nos outros. Vivam a própria vida, sejam responsáveis por ela e se conheçam mais. Não precisa ser o Buda pra saber isso.

Beijo na bunda [ou no Buda]

21 outubro, 2016

Vento forte


Ela chegou e nem bateu na porta, mas também quem disse que deveria bater? Ela é o vento forte que faz seu papel com muita intensidade. O erro que é muito certo. As curvas onde me perco e me encontro.

O inexplicável roteiro do destino nos uniu. Aliás, esse roteirista nos testou, nos impôs a distância. Ah, porém passamos com louvor, nota 10 e estrelinha. Porque é amor mesmo, é real, é gigante. Aquele sentimento que vence qualquer obstáculo.

Que seja eterno. Que as qualidades um do outro completem os defeitos. Que cada dia seja um dia diferente e especial. Que cada beijo seja mágico como o primeiro. Que cada toque mexa com a alma. Que não faltem sonhos e metas.

Então seremos pra sempre.

Incerto


O brasileiro está mergulhado na incerteza, na insegurança, na falta de gestão competente. Ninguém acredita no sistema e o sistema morre em si. A democracia é falsa, não por impeachment, mas por seus partidos vazios, a obrigatoriedade do voto, as divisões de tempo desiguais para cada candidato se expressar.

É o show dos sindicatos que não representam nada. O esperneio de grupos que recheiam seus discursos de causas justas, mas com interesses ocultos particulares.

Pra fechar, mais um roubo, vão surrupiar 1h do nosso dia. Horário de verão? Sei não... Daqui a pouco a Lava-Jato acha o responsável.

Like a boss


Necessitamos de limites. O ser humano é uma catástrofe se imerso numa liberdade total. A internet dá essa sensação, a máscara do anonimato, e então assistimos horrores pela web (sem contar a podridão da deep web).

Andamos tão perdidos que temo pelo dia onde nossas metas de vida serão escrever uma árvore, plantar um filho e ter um livro. Distorcidos, desfocados, a deriva.

Todos lutando por direitos individuais. Separados por minorias. Longe de uma união. No final das contas, virou um grande GreNal (onde o trator passa por cima de todos).

A tensão está no ar. A palavra crise está na moda. Velhas ideologias ressurgem com uma embalagem mais cool que a expressão cool. E a polarização é tão gritante e tão vazia que quem tem algum nível de percepção fica em cima do muro. Uma das raras vezes em que acho louvável essa posição.

Bora pegar umas cadeiras de praia, fazer aquele chimarrão, comprar umas rapaduras e observar essa loucura de cima do muro. Like a boss[ta?].